sábado, 3 de agosto de 2013
DEUS RESTAURA AQUILO QUE O PECADO ESTRAGOU EM NOSSA VIDA
Permitamos
que aquilo que está estragado em nós seja restaurado, recuperado por
Deus. E, ao mesmo tempo, acreditemos que a Palavra de Deus pode
transformar a vida de muitos.
Jesus, hoje, compara o Reino dos Céus com a rede lançada ao mar que apanha todo tipo de peixe.
Você sabe que o pescador, quando joga sua rede ao mar, pesca muita
coisa: peixe bom, peixe de qualidade, peixe de toda espécie. Ao mesmo
tempo, pode vir um peixe estragado, podem vir bagulhos e tantas outras
coisas que estão ali no fundo do mar. O pescador pega aqueles peixes e
fica com aquilo que é bom.
O tempo agora é de jogar as redes. É tempo de pegar os peixes, mas é no
fim dos tempos, quando Jesus vier em Sua glória, que Ele irá separar os
peixes bons dos ruins.
Uma vez que um peixe está estragado, ele não serve para mais nada. Mas
no Reino de Deus, há uma coisa importante que não acontece entre os
peixes. Para Deus, podemos até estar estragados, porque a vida, o mundo,
a corrupção do mal e do pecado acabam fazendo isso conosco. Quantos dos
nossos foram prejudicados pelas drogas, pelo álcool, pelos vícios e
pelos pecados que acabam não só a saúde, mas com a própria essência da
pessoa.
Nós precisamos ter fé e ousadia. Primeiro, permitindo que aquilo que
está podre em nós seja restaurado, recuperado por Deus. Ao mesmo tempo,
acreditando que a Palavra do Senhor pode transformar a vida de muitas
pessoas.
Não deixemos que o desânimo tome conta do nosso coração. Não deixemos
que a incerteza e a incredulidade nos levem a pensar que as pessoas não
têm mais jeito. Tudo tem jeito, porque a Palavra de Deus tudo pode
realizar.
É obvio que nós precisamos querer essa mudança– e aquele que está
estragado também precisa querer isso. Mas, no momento em que a Palavra
de Deus entra com força em nosso coração, aquilo que está estragado é
transformado.
Que a Palavra de Deus chegue em muitos corações, curando e restaurando aquilo que está danificado em nós e no mundo.
Padre Roger Araújo
QUANDO SE BUSCA DEUS NO LUGAR ERRADO
Na
noite do dia 2 de julho, cerca de duzentas pessoas, escolhidas entre os
pobres e mendigos de Roma, jantaram nos jardins do Vaticano, em frente à
gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Foram acolhidas pelo Cardeal
Giuseppe Bertello, que lhes deu as boas-vindas em nome do Papa
Francisco: «Como vocês sabem, esta é a casa de vocês, e nós os recebemos
com alegria. Diante de nós está a imagem de Nossa Senhora, que nos olha
com serenidade. É o mesmo olhar que eu desejo a todos vocês e àqueles
que os acompanham com muito amor».
O jantar foi organizado pelo “Círculo de São Pedro”, uma antiga associação romana de leigos cristãos, que procuram demonstrar em fatos concretos o amor de Deus e da Igreja pelas pessoas em necessidade. Foi o que explicou, naquela noite, um de seus membros: «Todos os dias, nos três refeitórios de que dispomos, alimentamos a quem nos procura, sem olhar para a nacionalidade ou religião a que pertencem. Os comensais aqui presentes foram escolhidos dentre esses nossos frequentadores habituais. Fomos buscá-los em quatro pontos da cidade».
Na manhã seguinte, festa de São Tomé, como de costume, o Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta, onde reside. Referindo-se ao Apóstolo que, tocando nas chagas de Jesus, descobriu a sua ressurreição e divindade, o Pontífice indicou o caminho mais rápido para chegar a Deus:sanar as feridas de Jesus que machucam uma multidão de irmãos sofredores.
O jantar foi organizado pelo “Círculo de São Pedro”, uma antiga associação romana de leigos cristãos, que procuram demonstrar em fatos concretos o amor de Deus e da Igreja pelas pessoas em necessidade. Foi o que explicou, naquela noite, um de seus membros: «Todos os dias, nos três refeitórios de que dispomos, alimentamos a quem nos procura, sem olhar para a nacionalidade ou religião a que pertencem. Os comensais aqui presentes foram escolhidos dentre esses nossos frequentadores habituais. Fomos buscá-los em quatro pontos da cidade».
Na manhã seguinte, festa de São Tomé, como de costume, o Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta, onde reside. Referindo-se ao Apóstolo que, tocando nas chagas de Jesus, descobriu a sua ressurreição e divindade, o Pontífice indicou o caminho mais rápido para chegar a Deus:sanar as feridas de Jesus que machucam uma multidão de irmãos sofredores.
Trago alguns tópicos de sua homilia. A tradução não é literal, mas o pensamento é autêntico.
Quando Tomé vê Jesus em seu corpo limpo, perfeito e luminoso, é
convidado a colocar o dedo na ferida dos pregos e em seu lado
transpassado. Com este gesto, ele reconhece a ressurreição e a divindade
de Jesus, revelando, assim, que não há outro caminho para o encontro
com Jesus-Deus senão as suas feridas.
Na história da Igreja, sempre houve e há enganos no percurso que leva a Deus. Muitos pensam que o Deus vivo possa ser encontrado na especulação, e se esforçam para aprofundar suas reflexões. Não são poucos os que se perdem nessa busca, pois, mesmo que possam chegar ao conhecimento da existência de Deus, nunca chegam à experiência de Jesus Cristo, Filho de Deus. É o caminho dos gnósticos, gente muito esforçada, que trabalha, mas que não descobre o rumo certo. Percorrem um caminho complicado, que não leva a lugar nenhum.
Outros pensam que, para chegar a Deus, precisam mortificar-se, ser austeros, e optam pelo caminho da penitência e do jejum. Infelizmente, nem eles chegam ao Deus vivo e verdadeiro, ao Deus de Jesus Cristo. São os pelagianos. Acreditam que só podem alcançar a Deus a partir de si mesmos, com seus esforços e méritos. Eles também não conhecem o caminho indicado por Jesus para encontrá-lo: as suas chagas.
A questão é descobrir onde estão hoje as chagas de Jesus. A resposta é simples: nós tocamos nas feridas de Jesus quando praticamos as obras de misericórdia corporais e espirituais em favor do próximo. Hoje quero destacar as corporais, aquelas que me levam a socorrer os irmãos e as irmãs que sofrem, que passam fome, que têm sede, que estão nus, que são humilhados, que são escravizados, que estão presos, que jazem nos hospitais.
Na história da Igreja, sempre houve e há enganos no percurso que leva a Deus. Muitos pensam que o Deus vivo possa ser encontrado na especulação, e se esforçam para aprofundar suas reflexões. Não são poucos os que se perdem nessa busca, pois, mesmo que possam chegar ao conhecimento da existência de Deus, nunca chegam à experiência de Jesus Cristo, Filho de Deus. É o caminho dos gnósticos, gente muito esforçada, que trabalha, mas que não descobre o rumo certo. Percorrem um caminho complicado, que não leva a lugar nenhum.
Outros pensam que, para chegar a Deus, precisam mortificar-se, ser austeros, e optam pelo caminho da penitência e do jejum. Infelizmente, nem eles chegam ao Deus vivo e verdadeiro, ao Deus de Jesus Cristo. São os pelagianos. Acreditam que só podem alcançar a Deus a partir de si mesmos, com seus esforços e méritos. Eles também não conhecem o caminho indicado por Jesus para encontrá-lo: as suas chagas.
A questão é descobrir onde estão hoje as chagas de Jesus. A resposta é simples: nós tocamos nas feridas de Jesus quando praticamos as obras de misericórdia corporais e espirituais em favor do próximo. Hoje quero destacar as corporais, aquelas que me levam a socorrer os irmãos e as irmãs que sofrem, que passam fome, que têm sede, que estão nus, que são humilhados, que são escravizados, que estão presos, que jazem nos hospitais.
Estas são hoje as chagas de Jesus. Sem dúvida, é coisa boa, útil e até
mesmo necessária fundar centros para socorrer os necessitados. Mas, se
pararmos nisso, não passamos de filantropos. Devemos tocar nas feridas
de Jesus, acariciar as feridas de Jesus, cuidar das feridas de Jesus,
beijar as feridas de Jesus. Como São Francisco que, depois de abraçar o
leproso, viu a sua vida mudar.
Como se percebe, não precisamos de cursos de reciclagem para chegar a Deus, mas simplesmente sair às ruas e buscar e tocar nas chagas de Cristo em quem é pobre, frágil e marginalizado. Sem dúvida, não será simples nem espontâneo. Mas, é para isso que existem a oração e a penitência: para obtermos a coragem de penetrar nas feridas de Jesus em quem sofre ao nosso lado. E, assim, ter a certeza de encontrar o Deus vivo e verdadeiro.
Como se percebe, não precisamos de cursos de reciclagem para chegar a Deus, mas simplesmente sair às ruas e buscar e tocar nas chagas de Cristo em quem é pobre, frágil e marginalizado. Sem dúvida, não será simples nem espontâneo. Mas, é para isso que existem a oração e a penitência: para obtermos a coragem de penetrar nas feridas de Jesus em quem sofre ao nosso lado. E, assim, ter a certeza de encontrar o Deus vivo e verdadeiro.
Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)