Campanha SOS Matriz

terça-feira, 29 de maio de 2012

O EVANGELHO COMO DIREITO DE TODOS


Ide, pois, ensinai todas as gentes

Agora queremos meditar um pouco sobre as palavras de despedida que Nosso Senhor dirigiu aos apóstolos, antes de Sua gloriosa Ascensão aos Céus: «Todo o poder me foi dado no céu e na terra. Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo» (Mt 28,19-20). Essas palavras de Jesus são muito especiais, porque constituem o último recado que Ele deu aos Seus discípulos antes de ascender à direita do Pai. Geralmente, os últimos recados que damos quando partimos se referem às coisas que mais nos importam.
Essas palavras abrem-se com uma declaração da realeza universal de Jesus Cristo: «Todo o poder me foi dado no céu e na terra». Tal como no Apocalipse, aqui o Senhor Jesus se apresenta como «o Santo e o Verdadeiro, que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha, que fecha e ninguém abre» (Ap 3,7). Essa declaração nos deve encher de confiança: se as coisas parecem confusas, se o mal parece vencer, podemos nos manter serenos na esperança, pois Jesus está no controle de tudo e, no final, veremos Sua vitória contra nossos inimigos
O segundo recado contido nessas palavras de Jesus é sobre o mandamento de ensinar o Evangelho a todas as gentes: «Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei». Talvez seja difícil para nós perceber isso, mas esse pedido de Cristo teve consequências extraordinárias e pareceu insólito para os homens da época. Nunca antes alguém havia proposto algo tão arrojado. Até onde sabemos, esta foi a primeira vez que, na história da humanidade, alguém disse existir algo que deveria ser levado a todas as pessoas em toda a Terra, sem distinção alguma, independentemente de sexo, raça ou condição social, estivessem ou não essas pessoas preparadas para receber esse bem – «Deus não faz acepção de pessoas» (At 10,34). Essa foi a primeira vez na história humana em que foi enunciada a existência de algo a que todos os homens têm direito.
A partir desse reconhecimento do direito de todos ao Evangelho, foi-se tomando consciência de que existem outros bens a que todos também têm direito. Esse foi o ponto inicial que permitiu a compreensão de que também a liberdade, a educação e a saúde, por exemplo, deveriam estar à disposição de todos.
Quando um cristão anuncia o Evangelho, ele não o faz como quem faz um favor, mas como quem entrega a outrem algo que lhe pertence, que é seu direito. De modo que, se acaso sonegasse aos homens o Evangelho, julgaria haver cometetido uma injustiça: «Ai de mim, se eu não evangelizar» (I Cor 9,16).
Por final, o terceiro recado da mensagem visa novamente reforçar nossa confiança no auxílio e na presença do Cristo: «Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo». Jesus continua presente na Igreja pela fé e especialmente pela Eucaristia.
Celebremos, pois, nesse espírito a Ascensão do Senhor, meditando com especial atenção esses últimos recados que Jesus, antes de partir, deixou a Seus discípulos!
Rodrigo R. Pedroso

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