O Cristianismo é a religião do Logos: «No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus, e o Logos era
Deus» (Jo 1,1). Assim consta no original grego do Evangelho segundo São
João. "Logos" se traduz por verbo, mas também por razão. O Cristianismo é a religião da razão divina e universal.
O
equívoco do qual falamos, que reduz a religião ao domínio do
irracional, é resultado de dois outros erros: o primeiro é o que faz a
religião depender apenas da fé, de modo que não haveria verdades
religiosas naturalmente acessíveis à razão humana; o segundo é o que
confunde a fé com mera crença. Dessa maneira, para demolir esses erros,
será necessário: (1) mostrar que existem verdades religiosas
naturalmente acessíveis ao conhecimento humano; e (2) expor o conceito
da autêntica fé católica, como virtude teologal, de maneira que esta se
distingua da mera crença.
A
discussão desses dois pontos, que acima indicamos, envolve mais
conteúdo e demanda, muito mais espaço do que podem comportar os limites
de um só artigo. Talvez sejam necessários vários artigos para que
possamos deixar clara a matéria. De qualquer maneira, pretendemos
desenvolver o tema nos próximos artigos a serem publicados, começando
pelo segundo dos pontos indicados. Assim tencionamos, em nossa próxima
comunicação, começar a exposição do conceito de fé como virtude
teologal, mostrando como ela se distingue de uma mera crença.
Nesse intento, buscamos nos inspirar nas palavras com que o Papa bem-aventurado João Paulo II abriu sua Encíclica Fides et Ratio: «A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade».
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