Abre-se, então, a Semana Santa!
"Caminhar.
'Vinde, Casa de Jacó! Caminhemos à luz do Senhor' (Is 2,5). Trata-se da
primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê
irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos
detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do
Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a
Abraão, na Sua promessa". Assim se pronunciou o Santo Padre, o Papa
Francisco, em sua primeira homilia na Capela Sistina, quando celebrou a
Santa Missa com os cardeais participantes do Conclave.
Na Igreja primitiva, o Cristianismo era chamado "Caminho" (cf. At 9,2; 19.9.23; 22,4; 24.14.22). A grande estrada percorrida por Jesus em direção a Jerusalém, onde consumou seu mistério de Páscoa, fez com que as multidões acorressem a Ele. Brotaram como ramos de oliveira os discípulos! Conversão, passagem, movimento, dinamismo para sair da escuridão para a luz, da tristeza à alegria, da morte à vida. E seus seguidores, no correr dos séculos, receberam a tarefa de espalhar as sementes da fé em todos os recantos da terra. Aos discípulos de hoje em caminho, é confiada a mesma tarefa.
No júbilo que contagiou a todos, a Igreja de Jesus Cristo conheceu o novo Sucessor de Pedro para estar à frente da Igreja de Roma, que preside à caridade. Os primeiros dias de seu pontificado testemunham o "norte" indicado pela bússola da fé, como a qual quer colocar-nos a caminho: "Cristo é o Pastor da Igreja, mas a Sua presença na história passa pela liberdade dos homens: um deles é escolhido para servir como seu Vigário, Sucessor do Apóstolo Pedro, mas Cristo é o centro. Não o Sucessor de Pedro, mas Cristo. Cristo é o centro. Cristo é o ponto fundamental de referência, o coração da Igreja. Sem Ele, Pedro e a Igreja não existiriam nem teriam razão de ser" (Encontro do Papa com os profissionais da Comunicação).
Se são imensas as multidões do tempo presente, multiplicadas pelo alcance dos meios de comunicação, maiores as responsabilidades de todos os cristãos. Com Papa Francisco à frente, apontando-nos Jesus Cristo como o único Senhor de nossas vidas, a Igreja se faça caminho, abra-se à missão, redescubra continuamente seu dinamismo interior e continue sua estrada para chegar aos confins da terra dos corações de todos os homens e mulheres, especialmente os mais pobres e os afastados de Deus. Ela não pode parar, mas há de caminhar sempre, uma Igreja em movimento.
A sabedoria milenar da Igreja organizou o ano litúrgico de forma a proporcionar aos fiéis cristãos beberem na única fonte do Mistério Pascal de Cristo as diversas dimensões de sua fé. A Páscoa é a festa fundamental, celebrada a cada domingo, presente em todas as missas diárias, quando, do nascer ao pôr do sol, em toda parte, por Jesus Cristo e pela força do Espírito Santo, é oferecido ao Pai o sacrifício perfeito (Cf. Oração Eucarística III). Celebra-se também, após a intensa preparação quaresmal, a Páscoa anual, com a qual acompanhamos os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo antes de Sua Paixão, para viver, no Tríduo Pascal, seu êxodo, mistério de entrega pela nossa salvação, ressuscitando com Ele! A delicadeza pedagógica da Igreja nos conduz, então, à renovação anual de nosso batismo na grande Vigília da Noite Santa e no Domingo de Páscoa. Em seguida, se quarenta dias foram dados para a preparação da Páscoa, cinquenta dias serão dedicados até a Solenidade de Pentecostes para aprofundar a vida nova recebida, acompanhados, de modo especial, pelos que renascerem nos sacramentos da iniciação cristã nestas solenidades pascais.
Abre-se, então, a Semana Santa! O Domingo de Ramos e da Paixão começa com um convite a um caminho: "Vamos iniciar, com toda a Igreja, a celebração da Páscoa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida". Na Quinta-feira Santa, Jesus vai ao encontro de seus discípulos, lava-lhes os pés, deixando o mandamento novo com o qual faremos continuamente o passagem do egoísmo para a comunhão e a partilha. Oferece-nos a Eucaristia, viático para a estrada da vida, Corpo e Sangue do Senhor oferecido aos fiéis, enquanto esperamos a Sua vinda. Sexta-feira Santa é dia de "Via Sacra", caminho para o Calvário! Dali para frente, a definitiva estrada que passa pela escuridão do túmulo para chegar à manhã jubilosa da Ressurreição. Depois, o Senhor marca encontro na Galileia, ordenando aos discípulos fazerem o caminho de volta ao cotidiano com a força do Ressuscitado. Quando "viaja" para o céu, começou para a Igreja a grande viagem missionária, que continuará até a volta do Senhor, no fim dos tempos, garantindo o cumprimento de Sua promessa com o penhor do Espírito Santo derramado sobre a Igreja.
E retornamos a Papa Francisco em sua primeira homilia, que nos oferece um magnífico roteiro para a Semana Santa, a Páscoa e a vida: "Eu queria que todos nós tivéssemos a coragem, sim, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante. Faço votos de que, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, o Espírito Santo conceda a todos nós esta graça: caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo Crucificado".
Os cristãos e todas pessoas de boa vontade sejamos dignos das graças vividas na Igreja e com a Igreja durante este tempo! Os ramos da fé professada, erguidos no Domingo de Ramos, expressem o nosso júbilo.
Dom Alberto Taveira Corrêa
Na Igreja primitiva, o Cristianismo era chamado "Caminho" (cf. At 9,2; 19.9.23; 22,4; 24.14.22). A grande estrada percorrida por Jesus em direção a Jerusalém, onde consumou seu mistério de Páscoa, fez com que as multidões acorressem a Ele. Brotaram como ramos de oliveira os discípulos! Conversão, passagem, movimento, dinamismo para sair da escuridão para a luz, da tristeza à alegria, da morte à vida. E seus seguidores, no correr dos séculos, receberam a tarefa de espalhar as sementes da fé em todos os recantos da terra. Aos discípulos de hoje em caminho, é confiada a mesma tarefa.
No júbilo que contagiou a todos, a Igreja de Jesus Cristo conheceu o novo Sucessor de Pedro para estar à frente da Igreja de Roma, que preside à caridade. Os primeiros dias de seu pontificado testemunham o "norte" indicado pela bússola da fé, como a qual quer colocar-nos a caminho: "Cristo é o Pastor da Igreja, mas a Sua presença na história passa pela liberdade dos homens: um deles é escolhido para servir como seu Vigário, Sucessor do Apóstolo Pedro, mas Cristo é o centro. Não o Sucessor de Pedro, mas Cristo. Cristo é o centro. Cristo é o ponto fundamental de referência, o coração da Igreja. Sem Ele, Pedro e a Igreja não existiriam nem teriam razão de ser" (Encontro do Papa com os profissionais da Comunicação).
Se são imensas as multidões do tempo presente, multiplicadas pelo alcance dos meios de comunicação, maiores as responsabilidades de todos os cristãos. Com Papa Francisco à frente, apontando-nos Jesus Cristo como o único Senhor de nossas vidas, a Igreja se faça caminho, abra-se à missão, redescubra continuamente seu dinamismo interior e continue sua estrada para chegar aos confins da terra dos corações de todos os homens e mulheres, especialmente os mais pobres e os afastados de Deus. Ela não pode parar, mas há de caminhar sempre, uma Igreja em movimento.
A sabedoria milenar da Igreja organizou o ano litúrgico de forma a proporcionar aos fiéis cristãos beberem na única fonte do Mistério Pascal de Cristo as diversas dimensões de sua fé. A Páscoa é a festa fundamental, celebrada a cada domingo, presente em todas as missas diárias, quando, do nascer ao pôr do sol, em toda parte, por Jesus Cristo e pela força do Espírito Santo, é oferecido ao Pai o sacrifício perfeito (Cf. Oração Eucarística III). Celebra-se também, após a intensa preparação quaresmal, a Páscoa anual, com a qual acompanhamos os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo antes de Sua Paixão, para viver, no Tríduo Pascal, seu êxodo, mistério de entrega pela nossa salvação, ressuscitando com Ele! A delicadeza pedagógica da Igreja nos conduz, então, à renovação anual de nosso batismo na grande Vigília da Noite Santa e no Domingo de Páscoa. Em seguida, se quarenta dias foram dados para a preparação da Páscoa, cinquenta dias serão dedicados até a Solenidade de Pentecostes para aprofundar a vida nova recebida, acompanhados, de modo especial, pelos que renascerem nos sacramentos da iniciação cristã nestas solenidades pascais.
Abre-se, então, a Semana Santa! O Domingo de Ramos e da Paixão começa com um convite a um caminho: "Vamos iniciar, com toda a Igreja, a celebração da Páscoa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida". Na Quinta-feira Santa, Jesus vai ao encontro de seus discípulos, lava-lhes os pés, deixando o mandamento novo com o qual faremos continuamente o passagem do egoísmo para a comunhão e a partilha. Oferece-nos a Eucaristia, viático para a estrada da vida, Corpo e Sangue do Senhor oferecido aos fiéis, enquanto esperamos a Sua vinda. Sexta-feira Santa é dia de "Via Sacra", caminho para o Calvário! Dali para frente, a definitiva estrada que passa pela escuridão do túmulo para chegar à manhã jubilosa da Ressurreição. Depois, o Senhor marca encontro na Galileia, ordenando aos discípulos fazerem o caminho de volta ao cotidiano com a força do Ressuscitado. Quando "viaja" para o céu, começou para a Igreja a grande viagem missionária, que continuará até a volta do Senhor, no fim dos tempos, garantindo o cumprimento de Sua promessa com o penhor do Espírito Santo derramado sobre a Igreja.
E retornamos a Papa Francisco em sua primeira homilia, que nos oferece um magnífico roteiro para a Semana Santa, a Páscoa e a vida: "Eu queria que todos nós tivéssemos a coragem, sim, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante. Faço votos de que, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, o Espírito Santo conceda a todos nós esta graça: caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo Crucificado".
Os cristãos e todas pessoas de boa vontade sejamos dignos das graças vividas na Igreja e com a Igreja durante este tempo! Os ramos da fé professada, erguidos no Domingo de Ramos, expressem o nosso júbilo.
Dom Alberto Taveira Corrêa
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