Bento XVI enfatizou que amar a Igreja é também ter a coragem de fazer
opções difíceis, visando sempre ao bem da Igreja, e não de si mesmo. Ele
agradeceu aos fiéis pelo afeto de todos e, sobretudo, a Deus, que guia e
faz crescer a Igreja.
“Obrigado
de coração! Estou realmente tocado e vejo a Igreja viva. Penso que
devemos agradecer também ao Criador, pelo clima belo que nos dá ainda no
inverno. Como o apóstolo Paulo, no texto bíblico escutado, também eu
sinto, no meu coração, o dever de agradecer sobretudo a Deus, que guia e
faz crescer a Igreja, que semeia a Sua Palavra e assim alimenta a fé no
Seu povo. Neste momento, a minha alma se expande para abraçar toda a
Igreja no mundo”.
Bento XVI também destacou que leva consigo todos em oração, um presente
de Deus, confiando tudo e todos ao Senhor. Em especial, neste momento,
ele disse que há em si uma grande confiança, porque ele sabe, e todos
sabem, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a
sua vida.
“O Evangelho purifica e renova, traz frutos, onde quer que a comunidade
de crentes o escute, e acolha a graça de Deus na verdade e viva na
caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria”.
O Santo Padre recordou ainda o dia em que assumiu o pontificado, em 19
de abril de 2005. Ele disse que, nesses oito anos de pontificado, sempre
sentiu que, na barca, está o Senhor. “Sempre soube que a barca da
Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor”.
Ele reconheceu que um Papa não está sozinho na condução da barca de
Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade. “O Senhor colocou
ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém,
sentindo que minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência
que me iluminasse com a Sua luz para tomar a decisão mais justa; não
para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena
consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade
de espírito”.
O Papa lembrou ainda o Ano da Fé, uma iniciativa que ele instituiu com o
objetivo de reforçar a fé em Deus, tendo em vista um contexto que
parece colocá-Lo sempre mais em segundo plano.”Gostaria de convidar
todos a renovar a firme confiança no Senhor, a confiar-nos como crianças
nos braços de Deus, certo de que estes braços nos sustentam sempre e
são aquilo que nos permite caminhar cada dia, mesmo no cansaço”.
Bento XVI deixa o Ministério Petrino, nesta quinta-feira, 28, às 20h
(horário de Roma, 16h em Brasília), e passará um período em Castel
Gandolfo até a eleição do novo Pontífice.
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