Campanha SOS Matriz

sábado, 15 de junho de 2013

O AMOR É FORTE COMO A MORTE


Cada ser humano é precioso para Deus
No dia 10 de dezembro de 2012, através da Zenit, uma agência católica de comunicação, recebi um artigo assinado por Gaia Bottino, dando-me a conhecer Gianna Jessen, um exemplo que demonstra, se ainda fosse necessário, que o amor e a vida são mais fortes que o egoísmo e a morte. Transcrevo-o quase ao pé da letra, acrescentando apenas algumas informações que completam a epopeia.

Uma semana antes, no dia 4 de dezembro, na Paróquia Mãe de Deus, em Roma, haviam-se reunido mais de mil pessoas, em sua maioria jovens, para escutar Gianna, uma mulher de baixa estatura, de olhos luminosos e de uma alegria excepcional, que conseguiu transformar sua vida numa obra-prima.

Gianna é um dos símbolos mais eloquentes dos movimentos em favor da vida que surgem em toda a parte. A sua história inspirou o filme “October Baby”, que estreou nos Estados Unidos no mês de março de 2012. Nele, a protagonista Hanna, interpretada pela atriz Racher Hendrix, é uma jovem universitária que sofre de epilepsia, asma e depressão. Depois de se submeter a várias análises clínicas para descobrir a origem de seus males, descobre que foi adotada após uma fracassada tentativa de aborto. 
O filme é o retrato da vida de Gianna. Há 35 anos, ela nasceu numa clínica especializada em abortos. Sua mãe, então com 17 anos de idade e no sétimo mês de gravidez, tinha sido aconselhada a recorrer ao aborto salino, injetando no útero uma solução que corrói o feto e o leva à morte em 24 horas.

A técnica não funcionou e a criança nasceu com vida. Contudo, a falta de oxigênio dentro do útero provocou nela uma paralisia cerebral e muscular: «Eu sou a pessoa que ela abortou. Vivi ao invés de morrer. Minha mãe estava na clínica, e programaram o aborto para as 9 horas da manhã. Felizmente para mim, o médico não se encontrava na clínica, e eu nasci às 6 horas da manhã do dia 6 de abril de 1977. Apressei-me. Estou certa de que, se ele tivesse estado ali, eu não estaria aqui hoje, já que seu trabalho era acabar com a vida, ao invés de ampará-la. Há quem diga que sou um aborto fracassado, o resultado de um trabalho mal feito; mas o que sou é fruto do amor maravilhoso de Deus».

Apesar de tudo, aos três anos, Gianna conseguiu caminhar com o auxílio de suportes ortopédicos e, aos vinte, aposentou-os. Em 2006, participou da grande maratona de Nova York, no intento de sensibilizar a opinião pública sobre a gravidade do aborto.

Gianna perdoou à mãe por ter tentado matá-la. Transformou a sua dor em esperança e a sua raiva no desejo de realizar o que considera a missão de sua vida: obter para o nascituro a mesma igualdade de direitos que se concede à mulher que o concebeu:«Se o aborto é uma questão de direitos da mulher, onde estavam os meus?», perguntou Gianna com voz firme, diante das milhares de pessoas, em Roma. E prosseguiu: «Não existe nenhuma feminista que protesta porque os meus direitos foram violados e a vida foi sufocada em nome dos direitos das mulheres?».

O único propósito de Gianna, que se autodenomina "a criança de Deus", é dar alegria ao Criador: «Odiaram-me desde a concepção. Mas tenho sido amada por muitas outras pessoas e, especialmente, por Deus. Sou a sua menina. Eu não posso ficar neste mundo sem dar o meu coração, a minha mente, a minha alma e a minha força a Cristo, ele que me deu a vida».

Falando sobre o testemunho de Gianna, a bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá assim se expressou: «Deus está se servindo de Gianna para lembrar ao mundo que cada ser humano é precioso para ele. É confortante ver a força do amor de Jesus derramado em seu coração. A minha oração por Gianna, e por todos aqueles que a escutam, é que a mensagem do amor de Deus supere o aborto com o poder do amor».

Os produtores do filme "October Baby" decidiram destinar 10% dos lucros à Fundação “Toda vida é bela”, que distribuirá o dinheiro a organizações que sustentam mulheres grávidas em crise, a agências de adoção de crianças rejeitadas e a orfanatos. O apoio à vida vem crescendo constantemente nos Estados Unidos. Em 1996, apenas 33% da população se declarava contra o aborto; hoje, seu número passou para 48%.

Nossos antepassados pensavam que «o amor é forte como a morte» (Ct 8,6). Estavam enganados: Gianna nos ensina que a última palavra é do amor!
 Dom Redovino Rizzardo, cs

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